quinta-feira, 16 de junho de 2011

O tal do inconsciente


Quem nunca ouviu falar em inconsciente, é só dar uma pesquisada nas teorias de grandes pensadores como Freud, Lacan, Winnicot, Melanie Klein, Bion, Jung, e outros.
Quando engatamos neste mundo da psicologia, especificamente a psicanálise, fica cada vez mais comum usar o inconsciente como objeto de estudo e análise.
Mas que engraçado, hoje acordei com esta pergunta na cabeça: E esse tal do inconsciente?
Será que era mesmo uma dúvida minha que veio a tona de repente? Ou simplesmente um questionamento, devido a tanto espaço que têm tomado este termo, na minha vida?
Pois bem, o fato é que o inconsciente é o fator básico para nós amantes da psicanálise. Ele é tão importante, tão dominante, tão operante, que se torna grandioso em se tratar de personalidade.
Vou tentar explicar em poucas palavras e utilizando de alguns conceitos do meu amigo Freud, o que é esse tal de inconsciente.
Freud dizia que: uma vez que consciente é um termo que designa algo que está na consciência e que nos damos conta... Assim, aquilo que existe e não nos damos conta por não se achar presente na consciência num dado momento, não significa que deixe de ser psíquico... É algo psíquico, mas fora da consciência... As concepções latentes seriam designadas pelo termo inconsciente. "(...) uma concepção inconsciente é uma concepção da qual não estamos cientes, mas cuja existência, não obstante, estamos prontos a admitir, devido a outras provas ou sinais" (Freud, 1912: 279). Provas ou sinais = formações do inconsciente: lapsos, atos falhos, sonhos, sintomas, etc.
Com esta primeira noção de “inconsciente” podemos pensar em quantas vezes agimos ou pensamos de determinada maneira sem acessar um mínimo de consciência sobre o conteúdo. Logo após minutos, ou horas, dias, ou até anos, nos vem algo em mente e parece que um ato nosso lá da infância começa a fazer sentido, aquele sonho que teve, começa a vir na sua cabeça como nunca, momentos de angustia que surgem sem você nem entender... Ou mesmo os de euforia sem nenhum motivo significativo. Olhar para alguém e dizer, meu santo não bateu, não sei por quê...
Quando usamos muito: fiz isto, pensei aquilo, não sei por quê... Aí que surge o tal do inconsciente... Mas como fazer para ter melhores acessos a ele?
Claro que, com nossas vivências, podemos entender aos poucos, nossos desejos mais inconscientes, nossos impulsos, catarses. Mas com certeza terapia psicanalítica é uma grande e eficiente maneira de nos conhecermos por inteiros.
Então hoje em dia está se tornando comum deitar no divã em uma viagem fantástica ao nosso mundo junto ao analista. Porém precisamos abrir mais a cabeça, e pensar a terapia como algo que abre portas para um mundo desconhecido, ou mesmo, subjugado como conhecido, que é nosso “Eu”. Abrir portas ao inconsciente é nos permitir ser humano, com todos os nossos desejos mais primitivos e condenados pela sociedade. É saber aceitar nosso lado negro, ruim, para dar vazão ao lado melhor que existir dentro de nós.
Consciência é realmente um nome lindo em todos os sentidos. Vamos trabalhar em prol dela, fazer imperar este nosso lado, é fazer evoluir relações, formas de educar, de enxergar o outro. Terapia precisa ser buscada além dos motivos comuns: curar uma depressão, ou uma crise de pânico, ou melhorar um relacionamento familiar, ou porque o filho dá trabalho na escola.
Claro que nesses momentos o terapeuta será um ótimo recurso. O fato que é que nos conhecemos muito pouco.
Doenças mentais, relacionamentos fragilizados, educação mal sucedida, e outros motivos que as pessoas trazem para o setting psicanalítico, estão enraizados na nossa falta de conhecimento próprio. E sempre terá algo que ainda não sabíamos sobre a gente.
Queria deixar claro que, qualquer forma de terapia é muito boa e válida, não só a psicanálise.
O motivo deste presente texto é entender o porquê da importância do inconsciente. E penso assim: o tal do inconsciente está em nós, e, quanto mais negamos, ou, pouca importância a gente dá a nos conhecer melhor, mais ele se torna forte e dominante.

Paula

4 comentários:

  1. Paula, analisando hoje o seu blog, verifiquei que você posta coisas super interessantes, como esta sobre '' O tal do incosciente''. Paguei uma cadeira de Psicologia na faculdade e, confesso, fiquei encantada com tal área, e me lembro de ter lido um texto falando exatamente sobre o incosciente, relatava a história de Anna O.

    Bjos!

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  2. Um texto que nos faz refletir, e a reflexão é uma arte detalhada que necessita de calma. Fiquei mais ou menos uma hora olhando pro computador depois de ler kkkkk. Adorei!! Te listei *-*

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  3. Muito bom o texto. Concordo com você. Costumo dizer que todas as pessoas precisam de um terapeuta. Mas, não do ponto de vista equivocado que muitas pessoas pensam que um analista ou terapeuta ou psicólogo são para pessoas que se apresentam em situações ou momentos difíceis, conturbados, turbulentos. Acredito que esses especialistas são pessoas as quais nos orientam, conduzem, auxiliam para que possamos nos despir de nós mesmos. Mas, é preciso coragem, pois na maioria das vezes é doloroso nos vermos sem máscaras. No entanto, por outro lado é maravilhoso descobrirmos a nossa essência verdadeira e entendermos sentimentos que habitam nosso ser. Dessa forma, nos conhecendo melhor podemos entender o outro também para antes de fazer qualquer tipo de pré-julgamneto possamos lembrar que ele "o outro" é um sujeito igual a nós... cheios de medos, temores, desejos, anseios, inquietações, virtudes, defeitos... Então, precisamos nos dar conta que além de existir um consciente em nós que aparentemente regula nossas relações interpessoias. Existe o inconscinete que é a mola propulsora de nossas ações é, de fato, aquilo que nos orieta como sujeitos de desejos e realizações.

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  4. Filha,adorei esse texto, sua inspiração psicanalítica estava muito aflorada...rs...parabéns!!!! Te amo!!! Mamis

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