quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Recadinho...

Bom... Nem sei como dizer... Mas vamos lá... Gostaria de pedir a compreensão de todas as pessoas que acompanham o blog e que tem a maior atenção e carinho em comentar os posts, e também aquelas pessoas que acompanham porque se identificam com o blog. Este final de ano está muito corrido para mim, e acredito que para muitos de vocês também deve estar sendo assim, sempre aperta no final, de qualquer aspecto na vida, não é mesmo?
Estou montando uma clínica e me entregando inteiramente a este projeto e estudo de pós-graduação e especialização... Daqui a alguns meses estará à disposição de todos vocês, um site da clínica, e nele um espaço para todos os profissionais que estiverem trabalhando lá, postarem artigos ou textos de autoria própria ou não, sobre sua área de atuação ou assuntos relacionados a esta.
Ultimamente tenho falhado muito com a freqüência dos posts, por falta de tempo. Quando bate alguma inspiração, este é o espaço que escrevo, pois me faz muito bem! Porém, assim que o site estiver pronto, o meu espaço para escrever e continuar trocando idéias com todos vocês, será lá. Peço então, uma compreensão pela falta de tempo e dedicação “momentâneos".
            Obrigada a todos, por tantas trocas positivas e mais pra frente com novas idéias e site novo, espero que eu surpreenda vocês e que continuemos mantendo este vinculo tão importante e enriquecedor!

Um beijo com carinho!

Paula

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Estamos com fome de amor...( Arnaldo Jabor)



Estamos com fome de amor...

O que temos visto por ai?
Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes.
Com suas danças e poses em closes ginecológicos, cada vez mais siliconadas, corpos esculpidos por cirurgias plásticas, como se fossem ao supermercado e pedissem o corte como se quer...mas??? Chegam sozinhas e saem sozinhas...
Empresários, advogados, engenheiros, analistas, e outros mais que estudaram, estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos...
Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dancer", incrível. E não é só sexo não! Se fosse, era resolvido fácil, alguém dúvida?
Sexo se encontra nos classificados, nas esquinas, em qualquer lugar, mas apenas sexo!Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho, sem necessariamente, ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico na cama... Sexo de academia. . .
Fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçadinhos,
sem se preocuparem com as posições cabalísticas...
Sabe essas coisas simples, que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.
Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção...
Tornamo-nos máquinas, e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós...
Quem duvida do que estou dizendo, dê uma olhada nos sites de relacionamentos "ORKUT", "PAR-PERFEITO" e tantos outros vejam o número de comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra viver sozinho!”
Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários, em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase inacessíveis, se olharmos as fotos de antigamente, pode ter certeza de que não são as mesmas pessoas, mulheres lindas se plastificando, se mutilando em nome da tal "beleza"...
Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento, e percebemos a cada dia mulheres e homens  com cara de bonecas, sem rugas, sorriso preso e cada vez  mais sozinhos...
Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário...
Pra chegar a escrever essas bobagens?? (mais que verdadeiras)? Preciso ter a coragem de encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa... Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia isso é julgado como feio, d?mod? Brega, famílias preconceituosas...
Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções fazem-nos parecer ridículos, abobalhados...
Mas e daí?  Seja ridículo, mas seja feliz e não seja frustrado...
 “Pague mico", saia gritando e falando o que sente, demonstre amor...
Você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais...
Perceba aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, ou talvez a pessoa que nada tem haver com o que imaginou, mas que pode ser a mulher da suavida...
E, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois... Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz: "Se um problema é grande demais, não pense nele... E, se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele?”
Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo, assistir desenho animado, rir de bobagens e ou ser um profissional de sucesso, que adora rir de si mesmo por ser estabanado...
O que realmente, não dá é para continuarmos achando que viver é out... Ou in...
Que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo, que temos que querer a nossa mulher 24 horas, maquiada, e que ela tenha que ter o corpo das frutas tão em moda, na TV, e também na playboy e nos banheiros, eu duvido que nós homens queiramos uma mulher assim para viver ao nosso lado, para ser a mãe dos nossos filhos, gostamos sim de olhar, e imaginar a gostosa, mas é só isso, as mulheres inteligentes entendem e compreendem isso.
Queira do seu lado a mulher inteligente: "Vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois, ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida"...
Porque ter medo de dizer isso, porque ter medo de dizer: "amo você", "fica comigo", então não se importe com a opinião dos outros, seja feliz!

Antes ser idiota para as pessoas que infeliz para si mesmo!

Arnaldo Jabor

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Para viver: sonhar!



Chega uma hora em nossa vida que precisamos nos recolher. Cresce dentro de nós uma necessidade de respirar, de achar um lugarzinho dentro da gente que seja real ou não, mas que tenha o ar puro, uma brisa leve.
Acredito que todos nós estamos precisando de um lugar de descanso. Algo, digamos, fora da realidade ou dentro de uma realidade construída por nós mesmos para nos confortar. Longe do barulho e ruídos de pensamentos, de conceitos e sugestões.
Imaginar e sonhar são as formas que nós utilizamos como meio de transporte para aonde quisermos, buscando soluções ou trazendo conforto. Não importa para onde iremos, o importante é que seja o nosso momento de refúgio, de reabastecimento e de fortificação.
A vida, com todas as suas artemanhas e movimentos, nos consome, e às vezes bate um cansaço... Tudo que queremos nessas horas é um descanso.
Que tal então, se nos transportássemos para um mundo surreal? E que só de ir para lá um pouquinho e desfrutar do sossego, voltaríamos mais renovados.
Este lugar seria povoado por pessoas mais leves, tranqüilas e com sorrisos no rosto. Não haveria espaço para o negativo. O destrutivo nem existiria por lá. Todos seriam interligados por pensamentos bons e ajudas mútuas. O corpo não se corromperia por nada externo e o interno seria suficiente para trazer felicidade.
Todos seriam inteiros, únicos, e bem resolvidos. Lá, o amor seria o alimento de todos para sobreviver, por isso quem não amasse, não sobreviveria.
Ninguém sentiria inveja e nem ódio, pois todos se sentiriam completos por serem pessoas íntegras, verdadeiras e puras. Há... Como seria bom viver em um meio puro, isso quer dizer: sem poluição mental, corporal, ambiental.
O conceito de “o mais belo” nem existiria, pois a beleza interna seria dada a todos, sendo assim, o externo seria mera característica de diferenciação e não de apreciação.
                A alegria e o sorriso seriam o meio de comunicação entre as pessoas, e com certeza aquelas pessoas que tivessem a risada mais gostosa, seriam as mais interessantes.
Cores fortes e vibrantes com certeza serviriam de cenário. Águas bem límpidas e cristalinas, convidativas para um mergulho relaxante. Cheiro de plantas e flores. Chuva e orvalho.
Ali, nada seria destruído. O alimento seria o amor, e não precisaríamos de nada material para satisfazer as necessidades internas. A corrupção passou bem longe deste lugar.
De lá poderíamos ouvir dizer que em um mundo bem distante dali, existe muita coisa ruim acontecendo. Muita guerra, violência, loucura, corrupção, poluição, mortes violentas, doenças. Um mundo aonde as pessoas se perdem em vaidade e ambição. Disputa é o meio de existir em um mundo de futilidades e de vazio. Mentiras e falsidades são usadas como meio de proteção, pois muitos ali são pessoas frágeis e sem armas internas suficientes para serem inabaláveis. Mas esse mundo aí é o mundo real. E para sentir a leveza que buscamos, é preciso estar longe dele. Transportar-nos para um lugar só nosso que nos ajude em momentos de escuridão, de sufoco. Podemos correr para lá a qualquer hora e momento e tomar um ar puro, sorrir com mais leveza, andar sem medo, dormir mais profundo, viver com amor, estar aberto a tudo sem receios.
Sinto que viver com mais leveza é o que todos precisam e necessitam. Por isso, não custa sonhar um pouco, trazer o que desejamos para dentro de nós.
               Existem "antídotos" por aí, mas podemos inventar alguns, como: o doce para as amarguras, os remédios para as doenças, o equilíbrio para o problema. E para viver: sonhar!

Paula Chaves

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Caio F Abreu

Cora Carolina


Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Cora Carolina

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Dia mundial do músico!!


"Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam."
Jack Kerouac
Eu desejo à todos vocês:

Caio F. Abreu


Quero , pés descalços na areia, a brisa do mar, fim de tarde tranquilo, música boa, sem relógio, despertador ou qualquer coisa que me mostre o tempo passando. Quero sair de noite olhar pro céu e ver estrelas, ter tempo pra ver como a lua é bela, observar pessoas, rir, chorar, pensar, viver, cantar, sentir. [..] Porque não morri. Porque é verão e eu quero ver, rever, transver, milver tudo que não vi.
Caio F.

Tati Bernardi


E me pego sorrindo sozinha. E me pego nem aí para todo o resto.

Tati Bernardi

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Essencial (Paula Chaves)



Tudo que há de mais belo está onde nossos olhos não alcançam muito menos nossos meros conceitos morais sobre o que está em nossa frente.
Essência é algo que introjetamos nos nossos primeiros anos de existência, onde tudo ao redor nos preenche de forma a definir nosso verdadeiro eu. Por vezes, o essencial se perde em meio a um ego vazio.
Pessoas, situações, obrigações e conceitos, nos fazem muitas vezes agir bem longe daquilo que nossa verdadeira essência necessita.
Ás vezes, o coração bate forte, uma emoção diferente transborda no peito, algo diferente domina o pensamento, o sorriso vem como um sinal de felicidade, nessa hora a sensação é de como se tivéssemos voltado para um lugar ou momento, que é o nosso lugar, o nosso momento.
Liberdade é a palavra que mais combina com essência. As duas coisas, para que aconteçam, não podem encontrar barreiras. Qualquer tipo de exigência ou prisão não nos dá a liberdade que precisamos para mostrar verdadeiramente quem somos.
O eu mais autêntico se mostra longe do pensar, só acontece em momentos de descuido. Nessa hora, pessoas muito estereotipadas, escapam de suas vaidades e posições construídas, para se tornarem limpas, puras, mostram a verdadeira cara.
Tudo que se vê por ai nem sempre é aquilo que se mostra. Existe muita coisa por trás de um sorriso, de um choro, de um olhar. As nossas defesas não deixam escapar logo de cara a nossa natureza, seja por proteção ou por medo. O lado mais obscuro ou mais bonito de alguém está mais escondido e disfarçado do que imaginamos.
Para sentir e ver alguém, é preciso enxergar com a alma, os olhos muitas vezes enganam.
Pensamentos pré-concebidos deveriam ser deixados de lado.
Escutar é a ferramenta mais fácil para se chegar a quem verdadeiramente queremos conhecer.
Emoção é a palavra chave.
 Quantas vezes pessoas nos tocam com poucas palavras? E quantas vezes não sentimos emoção alguma quando estamos ao lado de alguém?  Aí nos perguntamos: “quem é aquela pessoa que parece ser logo de cara, tão estranha?”. Talvez se pensarmos bem, ela deve ter perdido sua essência em algum momento de sua vida ou mesmo naquele momento. Ou pode ser que ainda estejamos cegos, enxergando o externo, o efêmero, só o que se mostra e não o que se esconde.
Podemos refletir em como é bom sentir alguém por inteiro e que seja inteiro. Não pela metade, fragmentado, falso, vazio. E se formos mais longe, chegaremos à conclusão de que não é tão difícil entender as pessoas.
É muito bom quando vamos além, rompendo barreiras e descartando nossos medos. Assim as relações são mais verdadeiras, claras, o que permeia é o respeito ao outro e a si mesmo.
Usando palavras tão conhecidas e tão bem colocadas de Saint- Exupéry, termino o texto: “Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.”

Paula Chaves

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Tati Bernardi

"Vence quem passa por essa vida rindo. E se o preço que se paga por ser um pouco feliz é ser um pouco idiota, dane-se."
Tati Bernardi

Música - Palavras ( Vanessa da Mata)


As Palavras

As palavras saem quase sem querer,
Rezam por nós dois.
Tome conta do que vai dizer.
Elas estão dentro dos meus olhos
Da minha boca, dos meus ombros
Se quiser ouvir
É fácil perceber
Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem e não ser meu mal
Reabilite o meu coração
Tentei
Rasguei sua alma e pus no fogo
Não assoprei
Não relutei
Os buracos que eu cavei
Não quis rever
Mas o amargo delas resvalou em mim
Não me deu direito de viver em paz
Estou aqui para te pedir perdão
Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem e não ser meu mal
Reabilite o meu coração
As palavras fogem
Se você deixar
O impacto é grande demais
Cidades inteiras nascem a partir daí
Violentam, enlouquecem ou me fazem dormir
Adoecem, curam ou me dão limites
Vá com carinho no que vai dizer
Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem e não ser meu mal
Reabilite o meu coração
 
Composição: Sereia de Água Doce (Vanessa da Mata)

Augusto Cury


"Ser um empreendedor é executar os sonhos, mesmo que haja riscos. É enfrentar os problemas, mesmo não tendo forças. É caminhar por lugares desconhecidos, mesmo sem bússola. É tomar atitudes que ninguém tomou. É ter consciência de que quem vence sem obstáculos triunfa sem glória. É não esperar uma herança, mas construir uma história...
Quantos projetos você deixou para trás?
Quantas vezes seus temores bloquearam seus sonhos?
Ser um empreendedor não é esperar a felicidade acontecer, mas conquistá-la.
Jamais desista das pessoas que ama. Jamais desista de ser feliz. Lute sempre pelos seus sonhos. Seja profundamente apaixonado pela vida.
Pois a vida é um espetáculo imperdível."
Augusto Cury

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Cáh Morandi

Desisti de salvar o mundo
quero salvar somente o dia
salvar a alegria do nosso encontro,
então me preocupo em manter
a doçura do rosto
a leveza do traço
o balançar do corpo
meu corpo em teu abraço
então me despreocupo
me ocupo ao teu agrado
é isso que vale
o resto ao acaso.

Cáh Morandi

Cora Carolina


Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende. Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir."
Cora Coralina

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Ana Jácomo



'São saudades de um mundo contente feito céu estrelado. Feito flor abraçada por borboleta. Feito café da tarde com bolinho de chuva. Onde a gente se sente tranquilo como se descansasse num cafuné. Onde, em vez de nos orgulharmos por carregar tanto peso, a gente se orgulha por ser capaz de viver com mais leveza.'

Ana Jácomo

Fronteira do Pensamento - Entrevista com Zygmunt Bauman

Zygmunt Bauman é um dos pensadores mais importantes e influentes da modernidade. O sociólogo polonês tem 86 anos, já escreveu dezenas de livros (como "Amor Líquido" e "O Mal-estar na pós-modernidade") e é um grande retratista e crítico da sociedade pós-moderna. Esta entrevista faz parte do projeto "Fronteiras do Pensamento", e vale a pena assistir! Bjos

Tirinhas...

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

A arte é Indivíduo, não Coletividade


Arte é espírito, e o espírito não precisa, em absoluto, de se sentir obrigado a servir a sociedade, a colectividade. A meu ver, não tem direito a fazê-lo, devido à sua liberdade e à sua nobreza. Uma arte que «se mete com o povo», fazendo suas as necessidades das massas, do zé-povinho, dos ignorantões, cai na miséria. Prescrever-lhe isso como um dever, admitindo-se, talvez, por razões políticas, unicamente uma arte que a gentinha possa compreender, é mesmo o cúmulo da grosseria e equivale a assassinar o espírito. Este - eis a minha firme convicção - pode empreender os mais audaciosos, os mais incontidos avanços, as tentativas e pesquisas menos acessíveis às multidões, e todavia ter a certeza de servir, de um modo elevado, indirectamente o homem, e à la longue até os homens.

Thomas Mann, in "Doutor Fausto"

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Amor e o Vinho - Freud

Pense-se, por exemplo, na relação que existe entre o bebedor e o vinho. Não é verdade que o vinho oferece sempre ao bebedor a mesma satisfação tóxica, que a poesia tem comparado com frequência à satisfação erótica — comparação, de resto, aceitável do ponto de vista científico? Já alguma vez se ouviu dizer que o bebedor fosse obrigado a mudar sem descanso de bebida porque se cansaria rapidamente de uma bebida que permanecesse a mesma? Pelo contrário, a habituação estreita cada vez mais o laço entre o homem e a espécie de vinho que ele bebe. Existirá no bebedor uma necessidade de partir para um país onde o vinho seja mais caro ou o seu consumo proibido, a fim de estimular por meio de semelhantes obstáculos a sua satisfação decrescente? De modo nenhum. Basta escutarmos o que dizem os nossos grandes alcoólicos, como Bócklin, da sua relação com o vinho: evocam a harmonia mais pura e como que um modelo de casamento feliz. Porque é que a relação do amante com o seu objecto sexual será tão diferente? "

Sigmund Freud, in 'Contribuições à Psicologia da Vida Amorosa (1912)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

11 - 11 - 11 - Reflexões sobre o dia!


          Como ouvi dizer na tv e jornais, hoje, 11-11-11 é um dia muito especial, forte energeticamente. Se tudo isso faz sentido ou não, não sabemos, mas não custa acreditar, já que mal não fará. Se assim for, que hoje seja uma dia maravilhoso para todos, com surpresas e acontecimentos agradáveis, que situações pendentes se resolvam mais facilmente e que palavras bonitas sejam ditas para fortificar mais relacionamentos! Essas datas e momentos são sempre importantes para que reforçemos o amor que todos podem dar quando estão dispostos a fazer o bem!!

Bom final de semana!

Paula Chaves

Alice in Wonderland


" Alice, não pode viver a vida para agradar os outros. a escolha tem que ser sua!"
(Alice no País das Maravilhas)


 


AUMENTE SUA DELICADEZA ATÉ 28cm

O que leva o homem à impotência é o cuidado.

O que leva a mulher à frigidez é o cuidado.

O excesso de cuidado. Cuidado demais ataca.

Nunca vi uma mulher ou um homem gostar sem criticar.

O embaraço do sexo não decorre da ausência de intimidade, mas da intimidade. E da cobrança que vem com ela. Mais fácil gozar com estranhos.

Depois de partilhar meses e cadernos de jornal com nosso par, abandonamos o elogio. Passamos a cobrar e expor os defeitos para que sejam corrigidos. É o cigarro, é a alimentação, é a distração, é o pouco caso com o dinheiro, é a indeterminação do trabalho, é a preguiça. A convivência traz a preocupação com o namorado ou a namorada e uma esquisita vontade de interferir. Entre conhecer e mandar, é um passo. Ou um tropeço. As mais duras agressões não provocam hematomas, ocorrem em nome da sinceridade.

O amor é confundido com pancadaria. Um teste de resistência. Uma prova de esgotamento nervoso. Se o outro não quer, que vá embora, que desista do prêmio maior que é a confiança.

Há uma visão sádica que não ajuda nem o masoquista. Falta medida. Falta parar e recomeçar o namoro. Falta esquecer e perceber que o próprio passado não é imutável, não existe certo ou errado, que nem tudo por isso é duvidoso.

A eficácia mata o erotismo. O aproveitamento total do tempo do relacionamento não colabora com a vaidade. Custa um agrado antes de transar? Uma meia-luz de palavras?

Não estou pedindo para mentir, muito menos fingir, mas falar um pouco bem para acordar os ouvidos e despertar o interesse.

No início, os joelhos são venerados, os ombros recebem moldura de madeira, os cabelos são alisados com a decência de um espelho. As expressões afetuosas vão e voltam, repetidas com diferentes timbres. Todo homem no começo é, ao mesmo tempo, um tenor, um barítono e um baixo. Toda mulher no começo é, ao mesmo tempo, uma soprano, uma mezzo e uma contralto. Dependendo da região que toca, a voz muda.

Com a relação firmada, a excitação torna-se automática. O corpo tem que pegar no tranco.

A devassidão é trocada pela devassa terapêutica. Desculpa e por favor saem de moda. Como existe o trabalho, a casa, o dia seguinte e terminou a paixão (e somente os apaixonados são sobrenaturais e não sentem cansaço), o sexo pode ser mais prático, mais direto, pode até não ser. Na cama, estaremos falando dos problemas, das contas, do que deve ser mudado na personalidade. Não encontraremos paciência diante do relógio. Não vamos procurar cheirar a pele para atrair o beijo.

Eu compreendo perfeitamente quando um homem broxa se a cada instante é lembrado de sua barriga. Eu compreendo perfeitamente quando uma mulher decide dormir quando sua lingerie nova não foi reparada.

Nunca acusamos quem a gente não conhece.

Julgamos infelizmente quem vive nos absolvendo.

Fabrício Carinejar

Clarice Lispector


"Tudo me atinge - vejo demais, ouço demais, tudo exige demais de mim".

(Clarice, de Benjamin Moser, p. 241)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Khalil Gibran


"A realidade da outra pessoa
Não está naquilo que esta te diz,
mas naquilo que não pode te revelar."
Khalil Gibran

Jane Austen



"São poucas as pessoas a quem realmente amo, e menos ainda aquelas dais quais tenho uma boa opinião. Quanto mais conheço o mundo, mais fico descontente; e a cada dia se confirma minha crença na inconsistência de todos os caracteres humanos e na pouca confiança que pode ser depositada nas aparências do mérito ou do bom senso"
Elizabeth Bennet, do filme: Orgulho e Preconceito, Jane Austen

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Jung!


"Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha resposta; caso contrário, estarei reduzido à resposta que o mundo me der."
 Karl Gustav Jung


Oscar Wilde

Caio F


"Podia ser só amizade, paixão, carinho, admiração, respeito, ternura, tesão. Com tantos sentimentos arrumados cuidadosamente na prateleira de cima, tinha de ser justo amor, meu Deus?"
Caio F Abreu

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Clarice Lispector


Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver. Juro por Deus que, se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia ia ser punida e iria para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não é ser punida por essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo o que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma. Gostaria mesmo que você me visse e assistisse minha vida sem eu saber. Ver o que pode suceder quando se pactua com a comodidade da alma.

Clarice Lispector

Recadinho para quem curte e segue meu blog!!

            Aviso!!


     Muitas pessoas haviam reclamado da dificuldade de comentar no meu blog. Pois bem, agora todos podem comentar, pois não será necessário ter conta no Gmail para tal. Mas gostaria de pedir que apesar da opção de escreverem como anônimos, colocassem nome e se possível sobrenome, para que eu identifique mais facilmente o participante! Agradeço a todos que acompanham o blog, e espero que continuemos sempre trocando esperiências e palavras bonitas!

 Paula

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Fama,the best sellers



Fama, the Best Sellers

A fama pode ser vista e analisada por vários ângulos. E como é interessante analisar tudo e todos que são ou foram famosos!
Uma pessoa pode ser famosa, dentro de casa, na escola, no bairro, na cidade, no seu país e no mundo. Várias dimensões de fama repercutem direta ou indiretamente no poder de cada um.
Podemos ser famosos por atos de coragem, inteligência, criatividade, habilidade, esperteza, grandeza, violência, riqueza, e muitos outros aspectos. Existem até aqueles que ficam famosos pelas desgraças que acontecem em sua vida, já que a mídia precisa “lucrar” com isso.
Alguns apelam para o sucesso, como se isso fosse o grande ápice de sua vida e sinônimo de falta de problemas, ou até mesmo, se sentem como se chegassem ao paraíso, onde tudo pode ter e ser como a pessoa quiser.
Existem grandes ilusões em torno da fama, seja ela analisada sob qualquer aspecto, como por exemplo: dinheiro, vaidade, poder, ganância. E quando o EGO começa a ficar inflado? Se isso acontece, a pessoa sai da realidade e se afunda em um grande posso de desilusões e falsos conceitos.
A fama pode acontecer de um dia para o outro, com muita ou pouca busca, ou sem mesmo que se espere. Mas com ela, vem chegando muitas outras vertentes, e então o mundo de quem a possui se torna muito diferente. Não só por atributos financeiros e as várias possibilidades que podem se abrir, mas também por aspectos humanos reveladores.
As pessoas acreditam que coisas e pessoas muito famosas, são melhores que as outras. E aí quando se deparam com um objeto de desejo ou de admiração decorrentes de sua fama, ficam trêmulas, nervosas e eufóricas perdendo, muitas vezes, até o bom senso.
Se a marca da roupa de alguém não for famosa, o valor de quem a veste fica pequeno. O carro então, nem se fala. Se ganhar um livro de aniversário cujo autor não seja famoso, nem tanto valor e estimas terão por ele. Se aparece alguém no programa de televisão lançando um trabalho, mas ninguém comenta seu nome ou quem seja aquela pessoa, provavelmente mudarão o canal. Se estiver todo mundo comentando e escutando o clipe novo de algum artista, provavelmente escutarão e ouvirão mais de uma vez, pois está na moda.
A cultura do “The Best Sellers” é aquela onde tudo que é muito falado ou escutado e consumido é melhor que qualquer outra coisa “temporariamente” desconhecida. Ou seja, tudo que é mais popular é mais interessante. Perde-se autenticidade para estar inserido na massa que robotiza a todos, dizendo o que é bom vestir, comprar, ler, usar, escutar, assistir! Por medo de exclusão, preconceito e vergonha, muitas pessoas deixam de escolher o diferente, o desconhecido, o próprio, aquilo que ninguém conhece. Deixam de conhecer novas marcas, novos produtos, livros de novos autores, e quando se deparam com a famosa plaquinha “The Best seller”, calam suas próprias opiniões e, cegas, acabam enxergando com os olhos dos outros.
Termino sugerindo uma reflexão: “Fama é um atributo, ou apenas a conseqüência de um atributo?”.
Paula Chaves

Caio F. Abreu

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Dalai Lama - Como alcançar a felicidade




COMO ALCANÇAR A FELICIDADE

          Para começarmos, podemos dividir todo tipo de felicidade e sofrimento em duas categorias principais: mental e física. Das duas, é a mente que exerce a maior influência em muitos de nós. A menos que estejamos gravemente doentes, ou privados de nossas necessidades básicas, a condição física representa um papel secundário na vida. Se o corpo está satisfeito, praticamente o ignoramos. A mente, entretanto, registra cada evento, por mais pequeno que seja. Por isso, deveríamos devotar nossos mais sérios esforços à produção da paz mental.
          A partir de minha própria limitada experiência, descobri que o mais alto grau de tranqüilidade interior vem do desenvolvimento do amor e da compaixão. Quanto mais nos ocuparmos com a felicidade alheia, maior se tornará nossa sensação de bem-estar. O cultivo de sentimentos amorosos, calorosos e próximos para com os outros automaticamente descansa a mente. Isto ajuda a remover quaisquer temores ou inseguranças que possamos ter e, nos dá força para enfrentarmos quaisquer obstáculos que encontramos. É a principal fonte de sucesso na vida. Enquanto vivemos neste mundo estamos destinados a encontrar problemas. Se, nessas ocasiões, perdemos a esperança e nos desencorajamos, diminuímos nossa habilidade de encarar as dificuldades. Se, por outro lado, nos lembramos que não se trata apenas de nós, mas, que todos têm de passar por sofrimento, esta perspectiva mais realista aumentará nossa capacidade e determinação para sobrepujarmos os problemas.
          Na verdade, com essa atitude, cada novo obstáculo pode ser encarado como sendo mais uma valiosa oportunidade de aprimorar nossa mente! Desse modo, podemos gradualmente nos esforçar para nos tornarmos mais compassivos, ou seja, podemos desenvolver tanto a genuína empatia pelo sofrimento dos outros, quanto a vontade de ajudar a remover sua dor. Como resultado, crescerão nossas próprias serenidade e força interior.

(Dalai Lama)

James Hillman


" Mundos são crisados por palavras, não apenas por martelos e arames"
( Psicólogo Junguiano James Hillman)



Tirinha...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Caio F Abreu


Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde.Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais. ( Caio F Abreu)

A função perversa dos contos de fada ( Regina Navarro)

          Não tenho dúvidas de que os contos de fadas são prejudiciais às crianças. Mas será que pais e professores se dão conta disso? Será que percebem quais tipos de ideias estão passando para as crianças, subliminarmente, por meio desses contos? Cinderela, Branca de Neve, Bela Adormecida. Modelos de heroínas românticas, que, ao contrário do que se poderia imaginar, no que diz respeito ao amor, ainda são parecidas com muitas mulheres de hoje. Mas isso não é à toa.
          A partir daí podemos entender melhor como as mulheres e as personagens femininas das histórias infantis foram se tornando passivas, submissas, dóceis e assexuadas. Em "Cinderela", "Branca de Neve" e "A Bela Adormecida" existem algumas mulheres que até fazem mágicas, mas a mensagem central não é a do poder feminino, e sim da impotência da mulher. O homem, ao contrário, é poderoso. Não só dirige todo o reino, como também tem o poder mágico de despertar a heroína do sono profundo com um simples beijo. Além da incompetência de lutar por si própria, comum às principais heroínas, Cinderela é enaltecida por ser explorada dia e noite, trabalhando sem reclamar e sem se rebelar contra as injustiças. Padece e chora em silêncio. Seu comportamento sofrido, parte do treinamento para se tornar a esposa submissa ideal, é recompensado: seu pé cabe direitinho no sapato e ela se casa com o príncipe.
          No entanto, o mais grave nos contos de fadas é a ideia de que as mulheres só podem ser salvas da miséria ou melhorar de vida por meio da relação com um homem. As meninas vão aprendendo, então, a ter fantasias de salvamento, em vez de desenvolver suas próprias capacidades e talentos. As heroínas das histórias estão sempre ansiosas em fazer o máximo para agradar ao homem, ser como ele deseja, e acreditam que adequar seu corpo à expectativa dele é fundamental. Não se esqueça de que Cinderela e todas as moças do reino tentam se ajustar ao sapatinho encontrado pelo príncipe — a madrasta orienta as filhas a cortar um pedaço do pé para corresponder ao que o homem espera delas.
          A historiadora americana Riane Eisler afirma que “essas histórias incutem nas mentes das meninas um roteiro feminino no qual lhes ensinam a ver seus corpos como bens de comércio para conseguirem pegar não um sujeito comum, mas um príncipe, status e riqueza. Em última análise a mensagem dos ‘inocentes’ contos de fadas, como Cinderela, é que não somente as prostitutas, mas todas as mulheres devem negociar seu corpo com homens de muitos recursos.”
           Em vez de desenvolver suas próprias potencialidades e buscar relações onde haja uma troca afetiva e sexual, em nível de igualdade com o parceiro, muitas mulheres se limitam a continuar fazendo tudo para encontrar o príncipe encantado.

Texto escrito pela sexóloga e Psicanalista Regina Navarro Lins retirado so site: http://delas.ig.com.br/

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O bonito é surpreender - Paula C.


 O bonito é surpreender
           
            A natureza ensina. As pessoas na maior parte do tempo não mostram seu potencial, sua beleza, seu lado mais lindo, assim como o pavão esconde toda sua beleza e por momentos inusitados se abre e surpreende a todos com seu show de cores.
Todos nós temos o lado bonito, muitas vezes escondido, somos da mesma espécie, bem parecidos. Aprendemos a viver em sociedade escondendo lados naturalmente belos, muitas vezes por vergonha, medo, para não incomodar; as famosas neuroses.
Imagine só, se os bichos fossem neuróticos ou paranóicos, a bagunça estaria feita. Assim como nós vivemos, transmutando o tempo inteiro. Hora somos nós mesmos, hora somos quem podemos ser outra hora nos inventamos. Porém deixamos de pensar que o mais bonito é ser o que se é de verdade, essencialmente, naturalidade é o potencial mais próximo da vida.
Existem aquelas pessoas que querem se mostrar o tempo inteiro como belas, como se o pavão só vivesse com as asas abertas,  não seria tão espetacular e tão interessante, pois ficaria muito exposto, enjoaríamos, cansaríamos de olhar. O legal mesmo é quando ele abre as asas!
Assim então deveríamos ser: surpreendentes! E pensar que todos nós escondemos belezas inacreditáveis, tão camufladas. Cada um com suas cores, formas, jeitos. O mais legal é ser natural, deixar a vida mostrar, a natureza interna. Forçar é falso, não tem beleza. O bonito é ser o que se é, admirar o outro como ele é, mesmo sabendo que sua beleza está escondida. Se as asas estiverem fechadas, o importante, é saber o quanto são bonitas quando se abrem e assim saber respeitar o momento de cada um.

Paula Chaves

Caio F Abreu

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Como ler Lacan

"Durante décadas, uma piada clássica circulou entre lacanianos para exemplificar o papel fundamental do conhecimento do Outro: um homem que acredita ser um grão de semente é levado para um hospital psiquiátrico onde médicos fazem o que podem para convencê-lo de que ele não é um grão de semente, mas um homem. Quando ele está curado (convencido de que não é um grão de semente, mas um homem) e lhe permitem deixar o hospital, imediatamente volta tremendo. Há uma galinha perto da porta e ele tem medo de que ela vá comê-lo. "Meu caro rapaz", diz o médico, "você sabe muito bem que não é um grão de semente, mas um homem". "Claro, que eu sei disso", responde o paciente, "mas a galinha sabe?" Aí reside a verdadeira aposta do tratamento psicanalítico: não é suficiente convencer o paciente sobre a verdade inconsciente de seus sintomas - o próprio inconsciente deve ser levado a assumir essa verdade."

(Slavoj Žižek in: Como ler Lacan. Ed. Zahar, p. 115)

Crônica do amor- Arnaldo Jabor

Crônica do amor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

Arnaldo Jabor