segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A liberdade que aprisiona

A liberdade que se quer conquistar é a mesma que te prende assim nos coloco a pensar...
A sociedade e suas instituições sempre tentaram moldar as pessoas. Com seus dogmas, conceitos, regras, leis, ditaduras e todas as formas de repressões.
A história é a marca viva das lutas e guerras contra a prisão do espírito. Muitas batalhas foram travadas, revoluções, e revoltas foram criadas em torno de sistemas rígidos e aparentemente indissolúveis.
Pessoas pintaram a cara, queimaram sutiãs, tiraram a roupa, foram torturadas, enfrentaram batalhas colocando em risco a própria vida. Isso tudo, pois foram em busca de maior liberdade de expressão, direitos iguais, dignidade, respeito e mudanças. E com certeza as maiores mudanças foram marcadas por grandes espetáculos.
Chegamos então em um momento da história, onde aparentemente acontece uma conformidade coletiva. As mudanças são poucas e o conformismo enorme. E ai surgem dúvidas quanto á grande liberdade que se conquistou. O enorme espaço para ser o que se quer ser sem pensar no amanhã.
A liberdade de expressão é tamanha que não se estabelece limites nem para uma criança quando deseja algo contra a vontade dos pais. Uma cultura onde tudo é permitido traz coisas boas, mas ao mesmo tempo assusta. Fica sempre a dúvida se estamos evoluindo ou se nos perdemos em meio a tanta falta de limites.
Todos querem ser super homens e mulheres maravilhas, mas esquecem as armas para a luta, e ficam só com a fantasias. Coisas superficiais dominam a televisão e a rede de informações, falar sobre o ser humano, e sobre os sentimentos que este vivencia se torna algo careta, sem graça.
O bom da atualidade é estampar a cara do que se quer ser, comprando o carro da moda, o cabelo da atriz da novela, roupas de marcas, fazendo plásticas e implantando silicones e toxinas botulínicas para estampar o que se quer ser e o que se exige que seja. Devemos estar na moda até em comportamentos distorcidos.
A caminhada foi grande para chegar aonde chegamos, mas aonde na verdade chegamos? Aonde iremos chegar?
As caras pintadas de hoje, são pessoas mascaradas, com muito blush e pó, para esconder o que não é permitido mostrar.  Ainda vivemos sobre sistemas rígidos, mas conformamos e aderimos a tudo o que é criado, estar na moda é regra e lei. Assim, ficamos a mercê do caminhar da indústria tecnológica e da beleza, e continuamos sendo moldados.
Paula chaves

5 comentários:

  1. Há muita preocupação com o externo, com o que os outros vão (e podem) ver, com o bem-estar momentâneo. É difícil entender como a futilidade ganha cada vez mais espaço, às vezes gerando até campanhas e protestos, enquanto questões mais importantes e que podem beneficiar coletivamente são esquecidas. E aqueles que preferem se preocupar com o ser humano e seus sentimentos, com educação, valores, fé, solidariedade, acabam sendo tachados de caretas, como você disse, ficando isolados, não sendo tão ouvidos. Mas eu acredito que ainda há muita gente que pára pra pensar diferente... basta que se encontrem, se identifiquem e ganhem voz.
    Obrigada pela reflexão. Boa semana! Bjs

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  2. Eita, eu queria ter essa facilidade que vocês tem pra escrever ( o texto e o comentário), fico até sem jeito, mas uma coisa eu digo : o que a sociedade precisa é de respeito, ele é tudo.
    Quer um ambiente feliz ? Experimente respeitar o próximo; Hoje as pessoas acham que liberdade é libertinagem.
    A maioria dos jovens hoje vivem de três "c" : comer, cama e computador. A consequência, é que hoje o normal é ser stressado e o anormal é ter saúde.

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  3. O Livre arbítrio é uma dádiva que a natureza nos deu antes mesmo de nascermos, na verdade é a oportunidade que temos para escolher entre o bem e o mal, vai de cada um onde quer se “prender”. De qualquer forma sempre estaremos nos “prendendo” à alguma escolha.

    O comodismo pode ser uma escolha ilusória de tentar se livrar da responsabilidade do livre arbítrio.Mas, engana-se quem pensa que se anula “deixando como está”. O “deixar como está” tb é uma escolha, tem suas conseqüências, e geralmente a frustração é uma delas. Então não adianta fugir da vida (escolhas)!

    Que bom que temos essa tal “liberdade” que nos recompensa com a maturidade espiritual!

    bjs

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  4. Nossa!!!!!!!!!! excelente o texto... mas, vou comentá-lo quando estiver com um tempo maior, pois vale uma reflexão profunda... AMO esses temas... e concordo em muito com o que foi dito... parabéns... venho percebendo o quanto você vem amadurecendo sua escrita... muito bom!!!!!! sucesso...

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  5. Paula,concordo com você (seu texto traz passagens interessantes)... no decorrer da evolução do mundo, da sociedade; ocorreram muitos epsódios de lutas e conquistas os quais foram determinantes para as transformações do próprio ser humano e da sociedade como um todo. Fazendo uma retrospectiva você tem razão é notória o quanto o mundo está conformado. As lutas pelos ideais e as revoluções são veladas. Parece que o mundo estacionou... parou... estagnou... Aceitamos tudo o que nos é imposto... você coloca no texto que "a sociedade e suas instituições sempre tentaram moldar as pessoas"... é verdade, acredito que esse seja o papel da sociedade ditar as regras, normas, estabelecer padrões... mas, será que esses devem ser necessariamente seguidos? será?... hum! talvez não, ou melhor, definitivamente não... no texto também houve uma referência à liberdade... essa conquistada a duras lutas, guerras... e um direito garantido e assegurado constitucionalmente... então, se existe a liberdade de decidir sobre algo, de fazer algo, de aceitar ou não algo, de ir e vir, ser e estar... fica a reflexão: por que o que é imposto pela sociedade nos toma por completo... talvez, por termos a necessidade de nos sentirmos fazendo parte de um grupo... então, temos o ledo engamo que aceitando tudo que nos é imposto iremos fazer parte desse ou daquele grupo; assim nos enganamos com um certeza transitória "cheia de incertezas" que somos aceitos e estamos inserido nele... o mundo muda, evolui e esta em constante transformação e isso é refletido na sociedade, nas pessoas... dessa forma, as "batalhas" nunca se esgotarão, pois precisaremos sempre conquistar algo... então, que voltemos a pintar a cara de verde e amarelo, "queimar" votos em protesto a corrupção desenfreada do nosso país, salvemos o meio ambiente, a floresta Amazônica, o Rio São Francisco, o verde/ amarelo/ azul/ branco da nossa bandeira... a luta sempre irá existir, com certeza, com objetivos diferentes... então, mãos a obra...

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